– Pérolas, SôDalai?
– Tenho uma tão grande que até se vai
engasgar, SôZé.
– Chute.
– Capa do Público de hoje, título gordo.
– Ai ai ai. Ninguém está seguro. Diga, vá.
– «Suspense até ao último minuto na prova de
avalição de professores.»
– Uau. Essa doeu.
– A não ser, hipótese benigna, que tenha sido
propositado.
– Trocadilho na capa, a la Independente?
– SôZé, quando um ente querido erra, tentamos
desculpá-lo.
– E qual seria a sua tese?
– Avaler,
em francês engolir.
– Apropriado aos contratados, concedo-lhe
isso. Mas um bocadinho rebuscada.
– Não sei. Hoje ouvi uma contratada sub-5 a
contestar que se avalie a colocação das vírgulas no teste.
– Não posso.
– Sim, sim. Alegou o caso do Saramago e disse
que a colocação das vírgulas é uma coisa subjectiva.
– God. E era professora de quê?
– De Português.
– A sério?
– Não, essa inventei agora.
– Mas não é impossível que fosse.
– Nem sequer implausivel.
– «Implausível» sem acento no «i», SôDalai?
– É subjectivo, SôZé.