odalailima@gmail.com






quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Puema


«Deixas sempre tudo aberto!»,
Dizia Berta ao marido
Sempre que o tinha por perto.

Janelas, tampas e portas
Fechava o que ele abria
Senão, dizia, ficavam tortas.

Tantas vezes realçou
Recriminou, repetiu,
Que ele um dia se fartou.

Abriu a porta, e não fechou,
Do alto da varanda
Lá p'ra baixo se mandou.

P'ra morrer Berta ficou...
No testamento, o marido

Nem uma janela a Berta deixou!